quinta-feira, 24 de março de 2011
assinado eu.
Como naquelas madrugadas que eu perdia o sono, o encostar a testa na janela fria e ver a cidade vazia.. como se aquilo fosse esvaziar meu coração também. Mas não esvaziava, era um quase, mas o quase com um cheirinho do seu travesseiro, e de tão confortável que aquilo parecia o quase 'quase' não existia. Mas dormia com o gosto da raiva na minha língua, e a sensação do teu nariz nas minhas costas deslizando suave.. e um possível sonho, misturado com um possível desejo e um possível passado. Mas em minhas mãos só havia um punhado de impossível, improvável e uma incontrolável fantasia... daquelas que você caminha na ponta dos pés para não te acordar, daquelas que você por um único instante parece inatingível - até que alguém aparece e trás de volta a trilha de tristeza que escorre dos olhos, e ai o céu fica metade nublado e metade amarelo, como quando para de chover, mas logo depois ele fica vermelho e finalmente escurece, e nasce uma quase esperança daquelas alegrias que a gente só fantasia.
domingo, 13 de março de 2011
Sujeito inacabado.
Há desejo em mim - apesar do longo tempo vêm marcas pelo meu corpo, alguns copos com whisky e marcas de batom espalhadas pela casa. A intensidade suja minhas veias, busco aquele outro decanto onde silhuetas de sonhos cintilam, a fonte que emana a mais frágil e saborosa paixão. Porque há amor em mim - mas este vem com o tempo, como quando lapidou o rosto austero dando formas doces e sinceras. Mas meu bem este vestido branco que expõe meu corpo, não transparece minha alma.
quinta-feira, 3 de março de 2011
"aquela transparência de corações"
- Oh Pietro! Digo entre suspiros e afagos, boca esta audaciosa que me tira o fôlego, incendeia-me cada vez que teus dedos tocam a minha pele, sussurra meu nome dezena de vezes entre beijos e caricias. Adormece esse monstro meu amor, este que já fora despertado tantas vezes, torna-me humana e pura, fala sobre o tempo, conte-me seus planos. Me olhe com malícia mas me ame verdadeiramente, preencha meu coração com a intensidade dos teus abraços. Ensina-me a sorrir, devolva-me a vida! Me fale sobre o amor, querido.
quarta-feira, 2 de março de 2011
vazio
Ultimamente algo tem latejado constantemente no meu peito. É incomodo e curioso, me perturba de meia em meia hora perguntando se já chegou a hora de sair, ah se você soubesse o quanto eu odeio o amor gostaria de ficar ai dentro pelo resto de sua miserável vida, mas este pássaro é persistente. Sinto repulsa quando penso no anoitecer quando meus olhos já pesados de sono percorrerem o quarto a procura do vazio, ao me deitar vou me revirar na cama esticar os braços a procura dos teus, mas ao invez disso encontrarei apenas um cobertor macio e gelado e ao longo da madrugada permanecerei quieta, aguardando você se deitar ao meu lado no lugar mais frio da cama, cujo nunca fora preenchido.
E ao amanhecer o pássaro reclama, eu lhe respondo doce e gentil 'odiar o amor não é algo reconfortante, minha resistência só me torna vulnerável.' Ele hesita, desconfiado. Mas fecha os olhos e descansa para que ao anoitecer volte a me assombrar, eu lhe digo em um sussurro - belo pássaro, descanse desse sentimento fugaz.
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