Em becos, bares, em esquinas banhadas pelas luzes fracas que abrigam os tipos mais imundo de pessoas, aquelas que tem a ignorância plantada em suas próprias mentes, doentes pelo fracasso de uma vida sem sentido.
'Mas todos temos um maldito miserável acorrentado ao nosso corpo, sussurrando em nossos ouvidos, dormindo ao nosso lado e pendurado em nossos ombros.'
Enquanto as pessoas se organizavam nos pontos de ônibus, as sirenes das ambulâncias forçavam passagem entre buzinas de carros, anunciando as desgraças do dia a dia. O céu cinza e empoeirado, a noite de sexta feira, a vontade de dominar o mundo em confronto com a simplória vontade de dominar sua cama.
A realização mais primitiva e prazerosa da humanidade. Um único objetivo que envolve uma variedade de sacrifícios.
Precisava de uns bons goles de vinho, para acompanhar o caos. Essa é a hora particular da noite que surge o desejo de algo que liberte minha alma.
Uma garrafa de vinho barato e algum lugar para me unir aos velhos amigos em algum pub da Augusta. Quem sabe eu não teria sorte o suficiente para encontrar outra alma perdida sedenta por compreensão.
Houve um tempo em que eu achava que minhas paixões eram gratuitas. Essa justificativa insensata, e cabível até hoje, tornou minhas noites insuportáveis.
O velho moribundo preso aos meus ombros, sussurra mais uma vez no meu ouvido. Algo sobre tempo, ou qualquer coisa que o valha.