sábado, 5 de abril de 2014

transição

O defrontamento contra o próprio espelho
o peso de cada significado
do meu corpo quando oco
das minhas partes cegas

dentro de mim mil pássaros
que ardem ao esconder
vontadiando voar nessas ruas nuas
de luas abertas
não mais no corpo frio
que me corta fio e nua
seguindo e só seguindo
nos escuros que criei para não ver.

à toda fuga minha alma grita
querendo um fio só de existir na minha vida

inunda o canto que vem dizer
quanto encanto tem
em viver,
agora.

me jogo do alto
e não é para cair
é por anseio de voo.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

alma, espírito e âmago

dentro da minha mente insone
ecoa o som da alma
soa o pássaro cantando
amiúde
chuva muda
que o sentimento dita

ousa no canto aberto
desabrochar
o repouso
no rígido conforto
da própria prisão

permeia por entre
por dentro do âmago
seiva de vida
sem que nenhuma palavra precise ser dita

me faz sair da correnteza
que desbota o brilho
invade, inunda
a mente que escura
água que não sacia
a sede de ser

nada

e se cansa do pranto
de não chegar a lugar algum

o erro que me faz filha desse torno falho

de galho em galho, o pássaro insone
canta dentro da mente insana
conexão que verte
universo que não tem fim
completude que se manifesta
a cada brasa dos sóis
a cada ciranda de lua
que nenhum olho olha
que flutua nua e aberta
no silêncio
soma e me cura
de mim


quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Ponte.

Deixo ir
o que fugiu, fingiu 
o abortar do amor
que estava querendo crescer.
Dá vontade, eu não vou mentir
de fingir que esse amor tem lembrança.
Dentro de mim, deixo dormir
que o céu esconde.

Olhar pra cima
e o movimento da curva dos olhos clareia
o abismo onde o ecoo escura
e fura o negro com um rasgo.
Cura.
Transforma.

Sem que o medo precisasse existir
me jogo do alto
e não é pra cair
é por anseio de voo
ver mais quanto encanto tem
quando o canto vem dizer
vem viver, agora

o que se faz com prazer
as estrelas abençoam
encontro no céu abrigo de pensamentos
e nos pensamentos
o meu infinito
que permite o natural da alma
emergir de dentro para fora.

a grandeza que ecoa
por não me caber em mim mesma

como a gota que cai sobre a água.

domingo, 29 de setembro de 2013

morada

Se eu pudesse sair correndo agora, se eu pudesse ficar perdida agora
perder a hora
perder-se e me deixar pra ser mais que só.
Eu só queria.
Me esvair do tempo
a voz, a luz, as trilhas
passear com a vontade, e mostrar todas as estrelas do céu
vontadiando seus olhos com os meus
iluminado de dentro para fora

Eu não seria eu, correndo na areia
os passos que me escondem do mundo
inteiro
me faz virar seiva das suas palavras que cantam baixo
ecoa a grandeza
do vento da voz, na minha pele.

Sentindo o peso de cada significado
de baixo de todos plantos
mentidos
que não ser via, só seria aprendizado
a busca de uma identidade dentro de mim
longe do meu impasse, da minha bagunça.
Descobrindo minhas raízes
e ao mesmo tempo, me formando
me firmando
crescendo.

só nós sabemos do que temos, do que tememos e o que queremos
tudo que leu foi minha falta de ar que criou
que te chama à lugares, que estão em mim
os socorros dos meus sonhos
minha morada.

se não sentisse cada palavra, não acordaria mais
nem sonharia quando dormisse.

minha luz que atravessa as nuves
e toca as águas, do outro lado
faz alguma beleza emergir
das profundezas

Quando fecha os olhos
a distancia não existe.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Sorri, sentida.

Deixo que o vento acalma, a alma.
e assopra os desejos 
inalcançáveis.
Simplesmente. Talvez eu esteja cansada demais para pensar em sofrer, ou reviver na mente tudo o que leva ao pranto.
Só o canto, do ar. Eu ouvia.

Estou de pé, estou andando. Enquanto o tempo passa.
E dentro dele eu me procuro.
Em mim mil pássaros, mil suspiros, mil esparsos

Mesmo que doa pensar,  nunca estaria assim se eu não tivesse sofrido tudo o que sofri. 
Se feridas não me queimassem. Só assim eu aprenderia. 
Minhas flores nunca teriam vida se minhas lágrimas não as regassem.
Respirei. Calmamente.
Calma a mente, o coração. 
Fechei os olhos. 
Apesar de estar sozinha, eu estava comigo. 
Serena, sorri.
É sempre tempo de amor nascer.

domingo, 7 de julho de 2013

Das vontades que vou.

 Há lugares de mim que me chamam. À lugares.

ao curvar os olhos para a grandeza do infinito
luz que abre o poro da iris e fura o negro da angustia
derrama
galáxias, universos, mundos
no meu existir.

Essas espadas e tronos não vão ceder
voo pra longe
regida pelo insólito
completa em mim mesma

Vejo o mundo compassando nos cantos
valorizando
as coisas que atravessam a vida inteira
sem ninguém perceber

Me mostro pras estrelas
pros cantos vazios, pros rostos sem vida
um sorriso de menina solta, insulta
e sentida
pela ultima brasa do sóis
a ultima estrela que mingua.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Compassar.

As vezes o caminho que eu tomo e o que eu me torno me faz cansar desse torno falho.
Primeiro o escuro, escuro, escuro que é o que EU preciso enxergar
entender que a falta não é falha, é uma prova
a minha fala, diz que da ausência não aprova.
e tudo que eu tenho não é dor de corte. É dor de querer.
querer demais, por se querer tão forte.
Não é falta, é amar mais do que se deve,
mas que se sente, solte..
não entendo porque vejo tanto o meu rosto refletido nos teus olhos...
E se escorro, desabo
como num rio que discorre
a minha vida toda..
Lembrar que suas palavras me tiram todo o chão fundo que piso
mas nesse mesmo enquanto, me ensinam a voar... E pensar.

à toda fuga, minha alma se exila do tempo
querendo ser mais que um vazio que grita querendo só um brilho
um fio só de existir na minha vida. alcançar o que existo.

te cedo meus espaços e me cedo ser os espaços a ver de vista imensa a verdade.
a ânsia de ecoar a grandeza como a gota que cai sobre a água.

sou eu sobre a vida.