domingo, 29 de setembro de 2013

morada

Se eu pudesse sair correndo agora, se eu pudesse ficar perdida agora
perder a hora
perder-se e me deixar pra ser mais que só.
Eu só queria.
Me esvair do tempo
a voz, a luz, as trilhas
passear com a vontade, e mostrar todas as estrelas do céu
vontadiando seus olhos com os meus
iluminado de dentro para fora

Eu não seria eu, correndo na areia
os passos que me escondem do mundo
inteiro
me faz virar seiva das suas palavras que cantam baixo
ecoa a grandeza
do vento da voz, na minha pele.

Sentindo o peso de cada significado
de baixo de todos plantos
mentidos
que não ser via, só seria aprendizado
a busca de uma identidade dentro de mim
longe do meu impasse, da minha bagunça.
Descobrindo minhas raízes
e ao mesmo tempo, me formando
me firmando
crescendo.

só nós sabemos do que temos, do que tememos e o que queremos
tudo que leu foi minha falta de ar que criou
que te chama à lugares, que estão em mim
os socorros dos meus sonhos
minha morada.

se não sentisse cada palavra, não acordaria mais
nem sonharia quando dormisse.

minha luz que atravessa as nuves
e toca as águas, do outro lado
faz alguma beleza emergir
das profundezas

Quando fecha os olhos
a distancia não existe.

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