quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Unimultiplicidade.

Fecho os olhos e na calmaria ouço o silencio, são batidas fracas de um coração desgastado pela vida e cheio de feridas. As noites me servem de consolo, sozinha no meu quarto me sinto completa. Completa de sonhos que um dia eu tive e hoje voam junto ao vento. Abri mão dos meus desejos e declarei a vontade de vencer, mas foi ai que eu percebi que estava pisando na água. Afundando devagar, tentei me apoiar nos poucos amigos que me restavam mas nenhum pode me ouvir. Gritos de socorro abafados pelo orgulho. Sozinha mergulhei em um mar de escuridão, águas de minhas próprimas lágrimas. Carreguei cada pedra que encontrei pelo caminho, construi um muro em minha volta, aquele era meu abrigo. Nada mais poderia me atingir, bobagem, as aguias me encontraram. Não construi um telhado com medo de nunca mais ver as estrelas. Estrelas traidoras, tudo uma grande emboscada. Todos contra mim. As palavras sinto muito ecoavam na minha cabeça, a humildade estava com os braços esticados esperando apenas um abraço, mas cada passo que eu dava em frente eram dois para tras. Seria uma qualidade minha errar? Ora, que imaginação errar não é qualidade. Sentei em um tronco no deserto, ouço uma voz me chamar olhei para todos os lados, mas só pude enxergar solidão. Tentei compreender minha qualidade estranha, foram longas horas criando as mais absurdas hipoteses até compreender. A humanidade é desumana. E no final é o nosso destino caminhar sozinho pelo deserto, aprender com os erros. Amar intensamente mais nunca se apegar. É no final que se entende que não existe melhor companhia que a solidão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário