segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Evidências.

Estava tudo em silencio, a cidade inteira estava quieta. Sentada em um banco o unico barulho que eu podia escutar era das folhas secas caindo no chão, e aquilo me motivava ainda mais.
Eu queria mudar, renovar assim como as folhas. Mas tinha alguma coisa que me mantia presa nessa mesma pessoa, fria. Meus olhos que antes brilhavam intensamente deram lugar a mais pura frieza, o sorriso que costumava alegrar a todos se tornou ironia, as mãos macias e delicadas se tornaram punhais. Antes eu era uma unica pessoa, unica no modo de agir, no modo de pensar e no modo de levar a vida. E naquele momento me senti apenas mais uma figurante em um mundo imenso onde raramente as coisas fazem sentindo.
Fechei o livro que tinha em mãos um mundo que eu gostaria de viver, onde os finais felizes eram certos. Que bobagem pensar em finais felizes, pensei comigo mesma.
Fechei os olhos e imaginei a mudança, sei que pode parecer estranho mas eu pude sentir ela correndo em minhas veias, como se fosse algum medicamento de animo injetavel. Sorri, aquela sensação era prazerosa.
Mas os minutos de tranquilidade se foram no instante que eu abri os olhos e enxerguei o motivo de tantos problemas. Ele estava ali diante de mim parado me observando atentamente, podia ouvir sua mente trabalhando furiosamente, buscando as mesmas respostas que eu.
Aquela pergunta era a resposta de muitas noites em claro, pensando em como lutar contra a vida quando tudo parece irreal. Era o motivo de tantas lagrimas, mas ao mesmo tempo a razão de muitos sorrisos e abraços.
"Eu cheguei a uma conclusão" - ele disse sentando ao meu lado. "são dois polos, o lado positivo e o negativo. Como um imã." -Sorri, mas pude sentir as lagrimas rolarem quentes pelo meu rosto. - "É o modo como conduz, são as vozes no silencio, os sorriso em meio lagrimas" - ele enxugou as lagrimas com a ponta do dedo e continuou sua teoria -" é a guerra, é a paz. É o nascer e o por do sol, a chuva acida, as nuvens de algodão doce."
"Não faz sentido"
Ele sorriu, deitou no meu colo e fechou os olhos.
"Isso é o amor, não precisa fazer sentido, só precisa acontecer."

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